terça-feira, 31 de maio de 2011

JUVENTUDE DOS ANOS 70 EM ROLÂNDIA

FORAM POUCAS MAS BOAS AVENTURAS
EU ERA FELIZ E NÃO SABIA (OU SABIA?)




 No meu tempo de jovem (não faz muito tempo não..risos) qualquer pessoa podia sair à noite ou de madrugada e nunca acontecia nada. A gente andava "duro" mas podia se divertir a vontade. Íamos aos bailes, voltávamos de madrugada e tudo era romantico e inocente. Havia sim rivalidade entre os jovens de cambé com os de Rolândia. Uma vez saímos em disparada com a TL do meu primo com os caras de cambé "metendo bala" em nós. Meu primo (Toninho L....) naquele dia dirigiu melhor que o Rubinho Barrichelo...(risos) Fazia curvas com duas rodas no ar, Eu que estava atrás era o "balanço" para o carro não caporar (risos). Ele correu tanto que fomos parar no Deizinho do Vermelho. Tinha um baile lá, desses de sanfona, aí o Toninho ergueu o vidro (era só poeira) e perguntou:  que lugar é esse aqui? O cara lá de fora (devia estar bêbado) respondeu: - Não fala assim não!..."Ocê tá no famoso Deizinho e não folga não que nóis não gostamos de forasteiros"!..Pronto!...Nem precisou falar mais nada...O Toninho engatou uma primeira e saiu jogando pó no cara do homem (ainda bem que ele nao estava armado risos...). Acabamos saindo no Bartira onde tinha um outro baile. Là foi tudo bem..passeamos na praça...paqueramos um pouco e depois voltamos para Rolândia.O máximo que fazíamos de loucuras era roubar pão e leite que eram deixados nas casas de madrugada. Quando a dona da casa acordava era só ir lá na varanda e pegar o pão quentinho e o leite natural da fazenda (quando algum filha da mãe não furtava...(risos). Na cidade toda havia no máximo uns vinte maconheiros...Uns caras da paz. Andavam sempre juntos e nao incomadavam ninguém. Só paz e amor (risos). Uma vez eu e dois primos fomos de táxi a um baile no Caramurú. Depois de chorarmos bastante a "corrida", cada um deu a sua parte da despesa. Mas só tínhamos o dinheiro para ir... Ficamos até de madrugada e depois voltamos a pé tentando pegar carona. Era noite de lua cheia....viemos contando causos e "proezas" e acabamos chegando. E é claro ninguém deu carona. Também naquela hora da madrugada quem iria parar para três rapazes cambaleando de tanto tomar "rabo de galo!....(risos) Nesta madrugada este mesmo primo, o toninho,   aprontou uma que eu nem conto....(Não!...conto sim)...passou um caminhão cheio de rapazes e moças....dedamos para pedir carona...além de não parar os caras começaram a gozar da nossa cara...(nos chingaram de bêbados). O meu primo pegou um torrão de terra e jogou... Minha nossa!...Que burrada!......os caras pediram para o motorista do caminhão parar e vieram pra cima de nós igual um vespeiro....nunca corri tanto....corremos do Pinheirão até a ponte do Cafezal...to cansado até hoje... (eu não sabia que era bom de pernas)...Deve ser a adrenalina. Na época nem sabia que medo tinha esse nome...(risos). A uma certa altura um dos caras gritou "lá vai bala"...olhei de lado e o meu primo Toninho estava correndo em zigue - zague...perguntei: - o que vc está fazendo? ele respondeu: - nao tá vendo ....é pras balas não acertar...aí os três começaram a correr em zigue e zague....(risos).  É...são boas lembranças...ainda bem que o cara atirou pra cima...Ou ele estava bêbado também, porque só ouvi os tiros, graças a Deus...(risos) Mas na dúvida corremos uns 5 quilometros sem olhar para trás..Êta povo valente sô!....(risos)
(Texto e foto de  José carlos farina - Advogado - Rolândia -Pr. )

sexta-feira, 13 de maio de 2011

PRAÇA CASTELO BRANCO - EX-BENTO MUNHOZ - ROLÂNDIA-PR.

EU ERA FELIZ E NÃO SABIA
(Foto da família Farina)
Lendo agora pouco a belíssima crônica do meu colega Horácio Negrão sobre a praça Castelo Branco e a Estátua do Roland, lembrei-me da minha infância em Rolândia no início dos anos 60. Não sou muito antigo não mas tenho na minha mente que a antiga praça Castelo Branco (ex-Bento Munhoz), antes da reforma, era um lugar encantado para mim. Minha mãe costumava levar eu e meus irmãos aos domingos para passear ali depois da matinê do Cine Rolândia. A   praça era o "point" de Rolândia. Como não existia ainda televisão a maior parte da população ficava passeando a pé no trajeto da igreja matriz até a citada praça. Os casados com suas esposas e filhos e os solteiros só na "paquera".  As pessoas colocavam suas melhores roupas. Era um verdadeiro desfile de moda. Lembro-me que minha mãe usando saia "plissada". Ela ficava linda e muito elegante vestindo-se assim. Eu e meus irmãos tínhamos terninhos com calças curtas e jaquetas. Modéstia à parte éramos crianças bonitas (até para os padrões de hoje). Ficamos feios com o passar do tempo....(risos). No centro da praça havia o famoso coreto conhecido como tartaruga. Ele era lindo e era a marca registrada do lugar. Se eu fosse o prefeito da época (Primo Lepri) jamais o teria desmanchado. Em cima do coreto havia uma grande corneta onde um "speak"  tocava músicas e mandava recados para os namorados. Não faltava pipoqueiros. Naquele tempo era chique comer pipoca na praça (risos). Lembro-me que entre os arranjos de flores e gramados haviam passarelas cobertas de pó de pedra. Conforme andávamos ouvíamos o barulho do atrito dos sapatos com as pedrinhas. Haviam muitos bancos de "marmorite" com a estampa dos patrocinadores. A antiga festa das nações era feita ali na Avenida Tiradentes e a  praça integrava o ambiente. No local havia um grande relógio que ainda pode ser visto ao lado da Estátua do Roland, só que na época funcionava. A Estátua do Roland estava fixada onde hoje temos o chafariz. As crianças amavam ficar olhando para ela e imaginado cenas de guerra e o guerreiro cortando as pessoas pela metade com aquela enorme espada (risos). Do lado da estátua depois de alguns anos colocaram um Televisor. A Tv ficava protegida com grade de ferro. Do lado a antena (e nunca houve furto). As 18 horas vinha um funcionário da prefeitura e ligava a Tv para o delírio da grande pláteia que comendo pipocas gritavam torcendo para os mocinhos do "Bonanza"...(risos). Na hora da novela só se via mulheres chorando com os diálogos de amor de João Coragem e Diana e enxugando as lágrimas. (risos). Do lado esquerdo, em frente a atual sorveteria, havia uma carreira de árvores "santas bárbaras". Hoje sobrou apenas uma delas....Embaixo destas "santas bárbaras" tinha um parquinho infantil. Lembro-me de um grande balanço e as crianças fazendo fila para brincar. A praça não era cortada no meio como agora. Ela pegava a quadra inteira. Quando o trem chegava na estação (ao lado da praça) a maioria corria para lá para ver quem chegou e quem ia embarcar. Era chique dar "tchau" para quem estava saindo de viagem (risos). Algum tempo depois no governo Primo Lepre a praça foi remodelada. Ela foi cortada no meio. Levaram o Roland lá para baixo (não sei porque - risos). Colocaram  pequenos tanques para peixes e um viveiro com alguns animais e pássaros. A sensação da nova praça, agora Castelo Branco, foram as luminárias siemens importadas da alemanha com seus super-postes com mais de 30 metros de altura. Para vocês terem uma idéia, estas lâmpadas clareavam até lá na casa dos meus pais (próximo ao campo do Nacional)...E não é mentira não (risos). Hoje, após a segunda remodelação, posso dizer que se não fosse o empenho dos ambientalistas tinha sobrado poucas árvores no local. Não existe praça sem árvores. Queriam cortar quase tudo. Tivemos que brigar muito. O  meu desejo agora é que a população descubra novamente o romantismo de passear na praça e levar as crianças para brincar. São lembranças que nunca serão esquecidas. Viva a praça!....Viva o verde!....JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO - ROLÂNDIA - PR.

terça-feira, 10 de maio de 2011

COLONIZAÇÃO JUDAICA EM ROLÂNDIA - PR. BRAZIL

COLONIA JUDAICA EM ROLÂNDIA - PR.

Rolândia (PR), fundada em 29 de junho de 1934,
tornou-se destino de judeus alemães. “Stadtplatz”, era assim que os judeus
chamavam Rolândia, na década de 1930, quando nas ruas ou se afundava na
lama quando chovia, ou se afundava no pó. Desde 1933 até 1939, das 400
famílias de origem alemã que se estabeleceram em Rolândia, cerca de oitenta
eram de origem judaica. A presença de alemães é tão intensa que o nome da
cidade pressupõe uma referência a Roland o herói imaginário da liberdade,
com uma estátua em praça pública tal como ocorre em muitas cidades alemãs.
Aliás, essa estátua é uma réplica de outra instalada em Bremem.
Foi realizado um intercâmbio entre a Companhia de Terras Norte do
Paraná e os imigrantes. A imigração era garantida através de uma troca, em
que o capital desses imigrantes era incorporado aos bancos a fim de
transformá-los em equipamentos para a construção da estrada de ferro. Em
troca os judeus alemães se livravam da morte. Autora Haudrey Miranda Paiva.

COLONIA JUDAICA EM ROLÂNDIA - PR.

POVO PRÓSPERO

90% dos imigrantes de origem judaica que aqui chegaram eram cultos e vieram com boas somas de dinheiro. Compraram fazendas...pagaram para os brasileiros derrubar a  floresta (geralmente mineiros e baianos)...A maioria viajava todo o ano para a Europa...Sempre tiveram empregados...Casas confortáveis com chuveiros, bibliotecas imensas...belos jardins...piscinas....bosques.... banheiras e  água quente...bons carros...boas roupas...bons cavalos de sela e de tração...Faziam festas e saraus  muitas vezes com orquestras. Eles eram muitos cultos e sentiam necessidade de se inteirar com as novidades da literatura e da música no Velho Mundo. Tivemos uns poucos descendentes desta colonia que se dedicaram ao comércio, a ex. da Casa Caviuna e Casa Mozer. "Os descendentes de Abraão serão prósperos em tudo o que fizerem e terão longevidade"....(Na foto vemos um modelo de casa alemã/judaico das fazendas de Rolândia) JOSÉ CARLOS FARINA.
*OBS.: RECEBI A SEGUINTE COLABORAÇÃO DO MEU SOBRINHO PAULO AUGUSTO FARINA:
"Após a ascenção do nacional socialismo dos trabalhadores alemães (nazismo), todos os bens judaicos (incluindo os capitais) foram congelados. Não havia como sair da Alemanha com as supostas "altas quantias em dinheiro". Assim sendo e, isto é confirmado por inúmeros estudos e documentos, os judeus-alemães compraram aço em siderurgias alemãs (em nome da Companhia de Terras Inglesa) que foram empregados na contrução de nossa Ferrovia. Em troca receberam os títulos das terras. A este propósito ler Rolândia, Terra Prometida de Ethel Kosminsky e A Travessia da Terra Vermelha de Lucius de Mello."

RÉPLICA: Há muitas exceções é claro, mas, a grande maioria dos colonizadores de ascendência judaica que compraram fazendas em Rolândia através deste procedimento (troca de dinheiro lá na Alemanha por trilhos da R.V.P.S.P. e que por sua vez gerava créditos para a compra de terras aqui em Rolândia) levavam uma vida abastada sim. Bom para eles. Trabalharam e juntaram dinheiro para gozar a vida a partir da 3ª idade. Todos deveriam agir igual. E para que ninguém  pense que sou contra este heróico povo digo que o pastor da minha igreja  aconselhou-me a ser amigos dos israelitas que são "a menina dos olhos de Deus". Ai de quem ferir ou perseguir o Povo Escolhido...Conforme já anotei acima a prosperidade do povo hebreu tem haver com a benção dado por Deus a Abraão e todo a sua descendencia. (Gênesis 12) Eu creio na Palavra de Deus. "Eu fui moço, hoje sou velho, mas, jamais vi um justo mendigar o pão." (Salmos 37:25) JOSÉ CARLOS FARINA

sábado, 7 de maio de 2011

JOSÉ FARINA FILHO E O NAC ( NACIONAL ) DE ROLÂNDIA

O MAIOR FANÁTICO DO NAC


Depois que o grande zaqueiro Diógenes dos anos 60 do NAC concedeu-me uma entrevista no Youtube falando entre outras coisas que meu saudoso pai, José Farina Filho, era o maior fanático do Nacional de todos os tempos é que me toquei de tudo o que ele fez pro NAC. Em uma outra entrevista no Youtube o inesquecível  Léco falou que foi o meu pai quem o buscou em Rancharia para jogar em Rolândia. Ele se deu tão bem que casou e prosperou aqui em nossa cidade. Lembrei-me também que durante a sua vida toda nunca conseguiu ficar em casa aos domingos em dias de jogos do Nacional. Ele sempre ligava para mim e meus irmãos e falava assim; -  O Zé Carlos, o que que você vai fazer depois do almoço? Você não quer ir comigo assistir o Nacional em Ponta-Grossa? Outra vez era Jarezezinho... Cianorte... Wancelaslau Braz... Maringá... Colorado... Paranavaí... Cornélio... São Carlos do Ivai.... Maringá...Londrina.... Apucarana... Arapongas... Enfim... Em todo Paraná. Uma vez respondi pra ele: - Ô Pai, Wanceslau  Braz, onde é isso? Ele respondeu: - Fica perto de Jacarezinho. Faz tempo que eu não vou lá... Eu tô com saudade de passear lá... Vamos aproveitar e passear. E tinha jeito de falar não para ele? E lá íamos...Ele...eu e meis irmãos. Era a sua principal diversão. Um amendoim e o rádinho de pilha grudado no ouvido. Na volta vinhamos ouvindo os locutores de fora comentando o jogo. Quando o Nacional vencia era só alegria, mas quando perdia ele comentava: "O juiz é caseiro, não marcou nenhuma falta a nosso favor, só pra eles". Os locutores da Rádio Tavares, Motta, Gerado Borges e o Zé de Paula sempre ficavam surpresos ao nos verem indo tão longe torcer pro NAC. Descanse em paz meu pai. Espero que aí no Céu você possa rememorar as boas jogadas dos seus amigos Niquinho, Eli, Jamil, Paulista, Perazolo, Pagão....TEXTO e FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA

segunda-feira, 18 de abril de 2011

HOTEL ROLÂNDIA - QUASE NO CHÃO

FALTA POUCO PARA O DESMANCHE TOTAL

Passei hoje lá em frente e tirei esta foto para lembrança (para a posteridade). Fiz o que pude. Cheguei a ajuizar uma ação popular na Justiça...Consegui apenas o aproveitamento da parte frontal (esta que está ai na foto). Vamos torcer para que dê certo a sua reconstrução ali perto da Estação de Trens. Texto e fotos de JOSÉ CARLOS FARINA

sábado, 16 de abril de 2011

HOMENAGEM A CAIO KOCH-WESER

CAIO KOCH-WESER ( um rolandense muito famoso )


Nasceu em Rolândia, norte do Paraná,
Aos 17 anos pra alemanha foi estudar;
Tornou-se um homem importante,
E ao Paraná distante
Voltou somente depois de adulto.
Agora um homem culto,
De um banco, vice presidente;
Este senhor sorridente
Chega a uma feliz conclusão:
Apesar de toda a fama
Que o mundo lhe deu,
Uma lembrança lhe comoveu:
Um menino com os pés na lama
Brincando entre os cafezais,
Subindo nos laranjais,
Chupando a fruta no pé,
(que gostoso que é)
Com os passarinhos cantando,
Nos rios nadando,
A cachoeira escalando,
No cavalo galopando,
Com os caboclos conversando,
Nos bailes namorando.
A infância aproveitando,
E o tempo ai passando...
Aquele ar perfumado,
Os dias ensolarados,
A floresta exuberante,
(E muito contagiante)
O céu de nuvens efeitado,
A noite o céu estrelado...
O cheiro da terra no arado,
O barro nos pés grudado,
Pela paisagem fascinado.

Você ainda é um pé vermelho,
Do norte do Paraná.
Onde quer que vá,
Esta terra com você vai estar.
E vai dela sempre se orgulhar,
E muito muito amar.
Um abraço de um desconhecido
Que de você ouviu falar,
Mas depois deste acontecido
Vai de mim escutar
Uma grande sabedoria:
Quero que vossa senhoria
De Rolândia se orgulhe
E sempre que puder
E onde estiver
Diga: Rolândia me viu nascer
Em Rolândia me criei,
Por Rolandia me apaixonei,
E é pra valer.
Rolândia, 16/04/2011
JOSÉ CARLOS FARINA

CAIO KOCH-WESER (pesquisa Farina)

NASCEU EM ROLÂNDIA-PR.
Alto, olhos claros, cabelos brancos e um leve sotaque alemão, Caio Koch-Weser nasceu em Rolândia, norte do Paraná, em um tempo de pouco desenvolvimento na pequena cidade. Como ele próprio conta, a produção de café que saía da fazenda dos pais, imigrantes vindos da Alemanha antes da guerra, no início dos anos 30, tinha de ir por estrada de terra até o Porto de Paranaguá, onde era embarcada para exportação.
"A luz só chegou quando eu já tinha uns cinco anos. As estradas eram de barro e o caminhão com o café atolava a cada viagem", relembra. A região ainda era de mata virgem e o asfalto só chegou nos anos 80.
Koch-Weser fala com orgulho da cidade que, segundo ele, faz parte de uma das regiões de agricultura mais importantes do Paraná. "O norte do Paraná será um polo de desenvolvimento", prevê. A experiência de uma criança que cresceu na zona rural do País, cercado por dificuldades, influenciou Koch-Weser no trabalho que desenvolveria mais tarde no Banco Mundial, onde trabalhou por 25 anos. "A gente aprende mais assim, na vida, do que nos livros", diz. Nos anos 80, ele trabalhou em projetos de desenvolvimento em países da África, além de China, Indonésia e Brasil, é claro. "Lembro de alguns projetos do banco para o desenvolvimento rural no interior do Nordeste, ligados à irrigação. Foi importante ajudar."
Quando completou 15 anos, com alemão fluente aprendido em casa, Koch-Weser mudou-se para a Alemanha onde terminou o ensino médio e fez a faculdade de Economia. Casado com a alemã Maritta, pai de Yara , Ana e o Jacob, ele nunca deixou de dar valor ao Brasil. Paula Pacheco - O Estadao de S.Paulo

terça-feira, 5 de abril de 2011

EXISTE TURISMO EM ROLÂNDIA ? by FARINA

HOTEL ROLÂNDIA QUASE VIROU LENHA


Se não fosse eu ajuizar uma ação popular teríamos perdido as madeiras do Hotel Rolândia, marco zero da colonização de Rolândia. Até hoje não recebi nenhum apoio de ninguém ligado a história e turismo. Então pergunto: - Cadê os nossos pseudo-intelectuais? Olhem bem nesta foto... Tudo em volta era pura floresta virgem... só arvores e bichos... E quase perdemos até as madeiras do nosso marco zero... Ah.. se não fosse o Farinão... JOSÉ CARLOS FARINA

terça-feira, 29 de março de 2011

COMEÇOU E DESMANCHE DO HOTEL ROLÂNDIA - VÍDEO

Parte do Hotel conseguimos preservar através de uma ação popular.

COMEÇOU E DESMANCHE DO HOTEL ROLÂNDIA

77  ANOS DE HISTÓRIA - ONDE TUDO COMEÇOU

Começou ontem o desmanche do Hotel Rolândia, a primeira construção de Rolândia e marco zero da nossa história. Esperamos que a Prefeitura não demore para reconstruir o Hotel em área pública. Esperamos que não seja necessária outra ação popular para esta reconstrução. Vejam no youtube as imagens do desmanche. FOTO e TEXTO de JOSÉ CARLOS FARINA

terça-feira, 22 de março de 2011

MINHA INFÂNCIA EM ROLÂNDIA - ANOS 60

BONS TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS

Nasci na cidade de Rolândia, norte do Paraná, mas sempre tive um pé na cidade e outro nos sítios de café dos meus avôs e tios. A partir dos meus 8 anos passava todas as minhas férias no sítio do meu avô materno Juan Martin. Lá morava o meu primo mais querido, o Toninho, conhecido por Preto. Como era costume, as crianças a partir dos 8 anos ajudavam os pais na lida do café e dos cereais. Eu, meu primo e irmãos ajudávamos os avós e tio até as 15 horas e depois éramos liberados para brincar. O nosso trabalho era capinar, limpar os troncos dos cafeeiros para facilitar o rastelamento, panhar café, "virar" o café para secar no terreirão, amontoá-lo à tardezinha, ajudar a lavar os grãos para separar a terra e impurezas e ajudar a ensacar. Uma certa época, nos anos 60, minha mãe pegava café para separar as impurezas em casa. Os comerciantes de café cediam umas máquinas onde os grãos caiam em uma esteira de pano. Com um pedal íamos
movimentando a esteira e tirando os torrões, pedrinhas e pequenos pedaços de madeira. Eu e meus irmãos ajudávamos todo dia a nossa mãe. Era uma maneira de ajuntarmos uns troquinhos para assistirmos o matinê do cinema aos domingos. Até hoje me lembro de cheiro do café beneficiado. Na década de 60 teve um ano que o preço do café caiu tanto que as maquinas de café cederam de graça aquele café mais quebrado. Meu avô pegou logo uns dois ou três caminhões para usar como adubo. Lembro-me que vinha muita gente pegar aquele café para torrar e consumir. Mais tarde, já mocinho viajava sempre com meu pai (que era corretor de terras) para mostrar propriedades agrícolas aos seus clientes. Por todas as estradas que andávamos de jipe víamos apenas enormes cafeeiros. O norte do paraná era um imenso cafezal. O mais lindo e vistoso do mundo. Pés com até 2,50 metros, verdinhos e saudáveis. As nossas terras sempre foram as melhores do Brasil. Quase
todos os proprietarios davam empregos para os porcenteiros. Estes trabalhavam muito e tinham muita fartura. Criavam uma vaquinha, porcos e galinhas, tinham um cavalo com carroça. Aos sábados na roça infalivelmente acontecia os bailes de sanfona de barracas cobertos com lona. Havia uma amizade sincera e muito companheirismo. Os jovens voltavam a pé para a casa sob a lua cheia, conversando e contando piadas. Falávamos sobre as namoradas para quem ainda não havíamos declarado o nosso amor5. As domingos a diversão era banhos na cachoeira, pesca, caçar passarinhos com estilingue e futebol. A noite meu avô sempre recebia os amigos para ouvir as notícias no rádio. Eu e meu primo fícavamos ouvindo sentados ao lado do fogão caipira, tomando café e comendo pipoca feita com gordura de porco. Após ouvir as notícias meu avô, meu tio e os amigos começavam a contar causos de assombração. O duro era dormir com a lamparina apagada com medo de que
aquelas assombrações fossem aparecer. Me orgulho muito da infância e juventude que tive aqui em Rolândia-Pr., dividindo o meu tempo entre cidade e sítio. Amo minha região e minha família. Temos aqui uma das melhores terras do mundo e um povo honesto e trabalhador. Sinto saudade daqueles tempos e se pudesse viveria tudo outra vez. Um abraço a todos os norte paranaenses. Deus abençoe a todos. JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO - ROLÂNDIA - PR.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CASA DE MADEIRA + ANTIGA DE ROLÂNDIA

Segundo o meu sogro Luiz Chiaratti, esta é a casa de madeira mais antiga que ele conhece em Rolândia. Está localizada na saída de São Martinho. Foto by José Carlos Farina.

ROLÂNDIA - VENDA DO BANDEIRANTES

A  antiga venda do Bandeirantes fica ali próximo do Curtume Vanzela. Antigamente ali nos finais de semana juntava centenas de pessoas para as compras, aperitivos, bailes e jogos de futebol. Vejam as fotos by José Carlos Farina:


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Hotel Rolândia - relato de historiador

Relato de um historiador
 Pode-se definir patrimônio como aquilo que recebemos como HERANÇA dos nossos antepassados, fazendo parte de nossa estrutura interna, criando nossos valores e moldando nossas identidades. Desta forma, toda sociedade tem seus símbolos, monumentos e MEMÓRIAS, integrantes de um passado que ainda é visível e presente. Um dos deveres do PODER PÚBLICO e direito do cidadão é estabelecer políticas de conservação e preservação desses bens patrimoniais.

Estabelecer políticas de conservação e preservação do patrimônio é um desafio em áreas de colonização recente, como é o caso do Norte do Paraná. As memórias desses lugares, por serem muito imediatas, têm donos e porta-vozes, que não hesitam em apagar ou alterar traços se uma conjuntura qualquer se anuncia no horizonte.

Em toda área que pertenceu à Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), a memória e o patrimônio estão constantemente ameaçados. Poderíamos elencar bens nesta região que foram destruídos, mas um dos símbolos da ocupação do Norte do Paraná ESTÁ AMEAÇADO e ainda há TEMPO para que a comunidade se organize, aja e exija proteção. Trata-se do HOTEL ROLÂNDIA.

Construído em 1934 por Victor LARIONOV, o mesmo funcionário da Companhia de Terras que planejou a Avenida Higienópolis em Londrina, o Hotel Rolândia foi a PRIMEIRA edificação da pequena localidade que viria a ser o município do mesmo nome. Era o lugar onde refugiados do fascismo europeu, iMIGRANTES de diversas nacionalidades, comerciantes e aventureiros se hospedavam quando vinham para a região tentar a sorte. Também serviu de BASTÃO para a própria CTNP em seu processo de expansão a noroeste.

OCTOGENÁRIA, a construção em estilo alemão não tem valor econômico significativo, diferentemente de seu terreno, então há que se supor que a venda do Hotel Rolândia é UM RISCO para aquela edificação, que poderia cumprir DIVERSAS FUNÇÕES na comunidade, pois tem condições de uso, uma vez que foi bem cuidado ao longo desses anos.

Significados não faltam para justificar a proteção para uma velha construção em madeira, e elas são de expressão não apenas local, mas regional e estadual. SÍMBOLO emblemático do POVO DO PARANÁ, o hotel hospedou tantas nacionalidades que a cidade de Rolândia tornou-se a expressão mais cabal de uma sociedade multiétnica estabelecida no Sul do País. MARCO VISÍVEL DA MEMÓRIA, o Hotel Rolândia é um dos ÚLTIMOS remanescentes da fase de ocupação da região, o que lhe atribui um valor histórico que poderia ser explorado com FINS educacionais, culturais e turísticos.

Com esses sentidos tão profundos e com simbolismos tão inquietantes, é de se perguntar por que os PODERES PÚBLICO , seja municipal ou estadual, jAMAIS se interessaram em criar LEIS que protegessem esse bem material? Por que na iminência de ser vendido e subtraído da comunidade que inclusive originou, NENHUMA autoridade, representante do povo, dono da memória ou senhor do capital se prontificou a DEFENDER o Hotel Rolândia?

É nessa vacuidade que aos poucos a comunidade está sendo mobilizada. Reconhecendo-se naquela edificação, rolandienses e moradores da região se articulam para IMPEDIR a destruição de um bem que receberam de HERANÇA, documento de uma época que ainda hoje se faz presente na memória e na paisagem, além de ser parte constituinte da IDENTIDADE do Norte do Paraná.

MARCO ANTONIO NEVES SOARES é professor do departamento de História e coordenador do Centro de Documentação e Pesquisa Histórica da Universidade Estadual de Londrina

Marco Antonio Neves Soares

Folha de Londrina – 01-09-2010

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

PREFEITURA COMPRA O HOTEL ROLÂNDIA

HOTEL VAI VIRAR MUSEU

Graças a Deus conseguimos. Foi necessário a este colunista ingressar com uma ação popular para que a Prefeitura corresse atrás do prejuizo. Através de uma entrevista feita por mim no Youtube com uma moradora do hotel é que descobrimos que o hotel tinha sido vendido e que seria desmanchado a patir do dia 10 de janeiro. No mesmo vídeo consta que a prefeitura nao havia se interessado na compra. Os proprietários por três vezes ofereceram o hotel para a Prefeitura recebendo sempre a resposta que não havia interesse. Agora sim...estamos felizes a aliviados. José Carlos Farina - advogado (Rolândia)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

HOTEL ROLÂNDIA PODERÁ VIRAR MUSEU

HOTEL ROLÂNDIA PODERÁ  VIRAR MUSEU
O movimento que iniciei com o ajuizamento de uma ção popular e um tópico na Comunidade "Rolândia Politika" do Orkut está dando resultado. A prefeita em exercício, Sabine Giesen,  está negociando a compra das madeiras do Hotel Rolândia que agora poderá ser reconstruido em uma área pública a ser definida e virar museu. O preço já foi também acertado, estando o Município agora esperando um Laudo da UEL para atestar a importância histórica da construção. Em nome da população de Rolândia, principalmente em nome das pessoas que amam a história e o pioneirismo agradecemos o empenho de todos.

FOTO E TEXTO de JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO - ROLANDIA

domingo, 16 de janeiro de 2011

HOTEL ROLÂNDIA É A "CARA" DE ROLÂNDIA

AINDA DÁ TEMPO DE RECONSTRUIRMOS O HOTEL

   (CLIQUE PARA AUMENTAR)
O Hotel Rolândia pede socorro às nossas autoridades. Ele resistiu a todas as intemnpéries por mais de 77 anos e poderá durar mais 100 é só restaurá-lo e mante-lo pintado à óleo. SOCORRO!. JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR

ROLÂNDIA - HOTEL ROLÂNDIA - TERRA DE GENTE CULTA?

ACREDITO QUE NÃO....
(Foto de José C. Farina)

Dizem que Rolândia é terra de gente culta. Se Rolândia fosse terra de gente culta mesmo teríamos já um grande movimento destas pessoas em favor da preservação do Hotel Rolândia (a 1ª construção da cidade) e de um imensurável valor histórico. Com a derrubada do Hotel (ou a perda das madeiras) perderá não só a história, mas a cultura e turismo. Ainda dá tempo de resistir.... Não  tenho lá grande cultura, mas defenderei com unhas e dentes tudo o que for histórico da minha querida Rolândia. Se tiver mais algum patriota como eu, peço ajuda... Estou sozinho movendo  uma Ação Popular na Vara Cível com a finalidade de impedir a perda das madeiras do Hotel.
NOTA:
 Ninguém mais se interessou. Nem historiadores, nem professores, nem políticos, nem Lions, Rotary ou Maçonaria. Ninguém. Enfrentei sozinho e consegui. Apesar da obra se arrastar por 10 anos, tenho fé que conseguirei manter uma lembrança para a futuras gerações do nosso Marco Zero. Comentário feito agora em 26/11/21:
JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA-PR.

sábado, 15 de janeiro de 2011

HOTEL ROLÂNDIA ( MATÉRIA DO JORNAL DE LONDRINA )

VÍDEOS DIVULGARAM O FATO NA REGIÃO

          (FOTO By JOSÉ C. FARINA)
A notícia da possível demolição de um dos marcos históricos da cidade de Rolândia ganhou repercussão a partir da inserção de um vídeo no Youtube – página de compartilhamento de vídeos na internet. Quando soube da venda do imóvel, no final do ano passado, o advogado e rolandense José Carlos Farina postou vários vídeos contando a história do lugar e pedindo para que prefeito e vereadores se manifestassem sobre o assunto. “Se perdemos este patrimônio, a perda será irreparável e os responsáveis serão as nossas autoridades”, desabafou.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CADÊ O CONSELHO MUNICIPAL DO TURISMO e história DE ROLÂNDIA?

CASO HOTEL ROLÂNDIA
              (Foto by José C. Farina)
Ouvi falar que em Rolândia existe um Conselho Municipal de defesa do  Turismo. Se tem o pessoal deve estar de férias pois não vi e nem ouvi nenhum deles falando a respeito do desmanche do Hotel Rolândia.
JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA-PR.

FARINA CONCEDE ENTREVISTA PRA GLOBO

HOTEL ROLÂNDIA EM 1934

HOTEL ROLÂNDIA - MARCO ZERO DE ROLÂNDIA



(PODE VIRAR LENHA HOJE)
Junho de 34...Rolândia uma densa e inóspita floresta virgem. De Rolândia até o Rio Ivai e muito mais longe apenas bilhões de árvores...as mais lindas, altas e importantes do planeta. No traçado da cidade apenas um hotel com todo o conforto da época...em volta apenas árvores....cipós...bichos...mosquitos...e muito barro e pó...na varanda do Hotel as famílias de pioneiros vinham olhar a floresta e ouvir os lindos pássaros a cantar..
À noite dava medo de ouvir os miados das onças dentro da mata. As famílias começavam a planejar suas vidas ali naquela linda e encantadora varando que está lá até hoje. De manhã pegavam carroças ou calhambeques e saiam pelas primeiras estradas que estavam mais para "picadas". A terra era e é muito fértil, mas dava medo de ve-la durante as chuvas....aquele barro grudando nos sapatos...E a empreitada da derrubada da floresta no machado? Como seria (e foi) difícil. Neste início o Hotel Rolândia era o porto seguro...onde tinham uma refeição caseira saborosa a luz dos lampiões...um cafezinho quente na chapa do fogão a lenha...um banho quente...uma cama macia e a boa companhia para uma conversa e um cigarrinho de palha....Quantos romances....quantas crianças não foram concebidas ali (não havia rádio e TV)....Quantos sonhos....trabalho...suor e sangue...quantas festas...negócios (compra e venda)...quantas brigas...ciumes...visitas importantes...Interventor Manoel Ribas...Lord Lovat...Mr. Arthur Thomas..Mr. Wilie Davids...Eugenio Vitor Larionoff...Moisés Lupion...
Dá agora pra encaixotar tudo num caminhão e vender a preço de banana pra virar lenha?
Não!...é claro que não!....O Hotel Rolândia pertence as futuras gerações....meus netos...bisnetos..trinetos têm o direito de conhece-lo e refereciá-lo da mesma forma que refereciam as Pirâmides do Egito. Me desculpe Sr. Juiz de direito da comarca mas o Hotel Rolândia não é apenas um monte de madeira de peroba velha...ele é parte de tudo de bom que os verdadeiros rolândenses amam e querem que seja para sempre lembrado. Peço a ajuda de todas as pessoas de bem de Rolândia, do norte do Paraná e do Brasil para o grito de SOCORRO do Hotel Rolândia.
JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO (ROLÂNDIA-PR.)

domingo, 9 de janeiro de 2011

SOCORRO!...O HOTEL ROLÂNDIA VAI SER DEMOLIDO ....

VAMOS NOS MOBILIZAR

Segundo vídeo veiculado no Youtube neste domingo, o Hotel Rolândia, primeira construção de Rolândia (29/06/19340), foi vendido e como não houve interesse da Prefeitura em adquirir o imóvel ou as madeiras, a demolição poderá começar a partir do dia 10. O hotel Rolândia foi cosntruido a mando de Eugenio Victor Larionoff, um dos diretores da Companhia de Terras Norte do Paraná, para receber e abrigar os primeiros pioneiros. Como era a primeira construção não havia nada em todo o território. Do Hotel sairam as primeiros pioneiros na dura tarefa de abrir os primeiros lotes e construir as primeiras casas na cidade. Pedimos pelo amor de Deus ao Prefeito Johnny Lehmann e aos vereadores que adquiram pelo menos a parte da Frente da construção para que possamos reconstruí-la em outro lugar. Se perdemos este patrimônio a perda será irreparával e os responsáveis serão as nossas autoridades. SOCORRO!...O HOTEL ROLÂNDIA PEDE SOCORRO!...
JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO (ROLÂNDIA)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

TRENS E O NORTE DO PARANÁ - BY FARINA

TUDO COMEÇOU COM O TREM



A Companhia de Terras norte do Paraná pensou em tudo. Como a nossa terra argilosa se torna quase que intransponível em dias de chuvas, logo no começo da colonização a Companhia já iniciou os trabalhos da construção da ferrovia de Ourinhos a Londrina e depois com o tempo até Maringá. Apesar da floresta virgem os pioneiros aqui chegaram trazendo tudo o que precisavam nos trens.  As primeiras produções era transportadas pelos trens. Os primeiros animais (cavalos, gado, galinhas e porcos) vieram também de trem. Não foi fácil construir a ferrovia no meio da floresta virgem utilizando na maior parte a força dos trabalhadores e das mulas que puxavam as carroças. A maior parte dos serviços eram feitos no enxadão, pá e picarata. A terra era carregada em carroças puxadas por mulas treinadas. Depois de um certo tempo de trabalho as mulas se deslocavam sozinhas de um lado para outro. Os trabalhadores carregavam a carroça com terra, e, após um assobio elas levam a carga para o outro lado, onde outros trabalhadores a descarregavam. Eram dezenas de carroças no canteiro de obras. A estação de Londrina foi inaugurada em julho de 1935, no mesmo dia em que a ponte sobre o rio Jataizinho foi entregue, dando passagem ao primeiro trem, que chegava a uma cidade que já havia crescido muito desde sua fundação em 1929. No início de Londrina e do norte do Paraná tudo girava em torno dos trens. Quando a Maria Fumaça apitava lá na curva, o chefe da Estação tocava um sino e muita gente vinha para conferir quem estava chegando e quem estava partindo. Todas as novidades chegavam no trem. Os homens iam lá para ver as mulheres. As mulheres iam para ver as roupas diferentes vindas de São Paulo. Outros iam ver só o trem, afinal era uma máquina que dava medo. Quando o maquinista soltava o excesso de vapor, fazia um assopro forte, tipo um assovio e a molecada corria de medo. Muitos iam só para dar tchau para quem partia ( (Era chique dar tchau para quem partia). Em Rolândia acontecia tudo do mesmo jeito. O trem chegou aqui pela primeira vez em janeiro de 1936. Por alguns anos ele "virava" aqui e retornava para Cambé e Londrina. 50% do sucesso da colonização do norte do Paraná devemos à ferrovia e aos trens. Em  resumo era isto. O trem fazia (e faz) parte de Londrina, de Rolândia e de todo o norte do Paraná.

JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

JOHANNES SCHAUFF ( PIONEIRO DE ROLÂNDIA )

JOHANNES  SCHAUFF

Nasceu em 1922 na aldeia de Stommeln (Colonia) alemanha. Após o colegial Schauff estudou filosofia. Atuou como diretor executivo da Sociedade para a Promoção da colonização interna, em Berlim.
Durante a República de Weimar Schauff no Partido do Centro Católico, elegeu-se deputado  de julho 1932 a novembro de 1933 pelo círculo eleitoral de 8 (Lienitz) do Reichstag. Após a ascensão dos nazistas, em 1933, ele foi perseguido e perdeu o cargo. Depois de perder seu mandato Schauff se mudou com sua família de volta para uma fazenda perto da fronteira com a Holanda.  O também pioneiro Erick Kock-weser negociou com a empresa inglesa  Paraná Plantation Ltda  uma reserva de lotes para colonos alemães na Gleba Roland.  Estes esforços culminou na fundação do assentamento Rolândia, no Paraná. Assim, Schauff adquiriu a Fazenda Santa Cruz que se tornou um centro de adaptação de jovens católicos vindos da Alemanha. Participou também das negociações que possibilitou a vinda de 150 familias da alemanha para o Brasil, a maioria de origem judia, e que estavam sendo perseguidas por Hitler, e que escaparam do extermínio. Em 1950 retornou a Europa estabecendo-se na Itália. Pelo seu trabalho em beneficio de refugiados no mundo inteiro Schauff foi condecorado por vários paises. Em Rolândia, juntamente com Max Hermann Maier e Henrique Kaplan idealizou a construção da Fundação Arthur Thomas (hoje Hospital São Rafael). Schauff escreveu varios livros entre eles  "25 anos de Rolândia, um estudo para a colonização do norte do Paraná. Schauff faleceu na alemanha em 1990. Teve 4 filhos no Brasil: Cristóvão, Tobias, Nicolau e Marcus e outros 5 filhos residem na Europa e Estados Unidos.

GEERT KOCH-WESER - PIONEIRO EM ROLÂNDIA - PR. BRASIL


A salvação na floresta

Norte do Paraná serve de refúgio a perseguidos dos nazistas, entre eles um menino que é hoje vice-ministro de Finanças da Alemanha





Lembrança
Geert Koch-Weser, hoje de volta à Alemanha, viveu na fazenda Veseroda entre 1934 e 1969 e ainda sente saudade dela
Os cabelos brancos como neve jogados para trás exibem uma fronte ampla com poucas rugas e uma fisionomia tranqüila, mas ligeiramente severa. A expressão marcante do rosto é dominada por olhos azuis muito claros, sugestivos, vivos. Olhos de quem pôde chegar aos 94 anos com aparência de pouco mais de 80, depois de atravessar, ora como testemunha, ora como ator, quase todo o século. O alemão Geert Koch-Weser, nascido em 1905 numa pequena aldeia da região de Bremen (Bremerhaven), nas margens do Rio Weser, mal consegue falar o português. Mas demonstra forte emoção quando lembra "dos mais bonitos anos" de sua vida, 35 ao todo, passados no norte do Paraná, onde ajudou a fundar o núcleo agrário e, mais tarde, a cidade de Rolândia, a cerca de 40 quilômetros de Londrina.


Resultado de uma das últimas levas da imigração alemã para o Brasil, iniciada há 175 anos, ainda no Império, com a fundação de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, Rolândia tem uma história singular. Foi síntese e espelho dos dramáticos anos 30 e 40. Começou como válvula de escape para o desemprego e a miséria que grassavam na República de Weimar, enterrada em fevereiro de 1933 pela ascensão de Hitler. Rolândia desenvolveu-se ao tornar-se um porto seguro para intelectuais, religiosos, políticos e judeus perseguidos pelo nazismo.


Em 1930, dois jovens agrônomos alemães, amigos de infância em Bremen, se encontraram nos Estados Unidos. Estavam de volta para casa. Geert vinha de experiências na Rússia, China, Japão e Canadá. Oswald Nixdorf, dois anos mais velho, chegara de Sumatra, na Indonésia, onde trabalhava com colonização. Especializado em agricultura tropical, ele também se aventurara mundo afora, em busca de experiência e sustento. "Disse a Nixdorf que meu pai, ministro na Alemanha, precisava de alguém para iniciar um projeto de colonização no Brasil", diz Geert, com uma lembrança ainda fresca, 70 anos depois.


Erich Koch-Weser, seu pai, deputado por um partido liberal e ministro do Interior do governo alemão, era, desde 1929, presidente da Sociedade de Estudos Econômicos do Ultramar. Criada em 1927, a instituição tinha como objetivo encontrar saídas para o grande desemprego na Alemanha. Através dela, Erich Koch-Weser negociou com os ingleses da Companhia de Terras Norte do Paraná a compra de uma gleba para instalar a colônia alemã. "Em 1932, meu pai enviou Nixdorf para que pudesse fazer os preparativos para a chegada dos primeiros colonos", lembra Geert.


Nixdorf foi mais do que entronizador. A Mata Atlântica era fechada, as condições de trabalho severas. "Para os colonos, a maioria desorientados, ele foi um conselheiro muito camarada, altruísta e, com seu grande otimismo, encorajador", disse Geert em depoimento sobre Rolândia para o Instituto Hans Staden, em 1986. Ao todo, 400 famílias alemãs ou de origem alemã foram para a região. A maioria era de colonos nascidos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Cerca de 80 famílias, que chegaram entre 1932 e o início da Segunda Guerra, eram de católicos, protestantes, políticos, intelectuais e judeus que fugiam do nazismo. Entre eles, o próprio Erich Koch-Weser, o filho Geert e o mais jovem deputado alemão da época, Johannes Schauff, ligado à hierarquia católica. Anos depois, muitos fizeram o caminho de volta, como o próprio Geert, seu filho Caio Koch-Weser, hoje vice-ministro de Finanças da Alemanha, e o amigo Bernd Nixdorf (leia matéria).


Antes de deixar a Alemanha, em 1939, Schauff representava a empresa que controlava a Companhia de Terras Norte do Paraná, a Parana Plantations, sediada em Londres. Geert lembra ter sido intermediário de uma operação concebida por Erich Koch-Weser ou Oswald Nixdorf, conhecida como "operação triangular". Por ela, 25 famílias judias puderam escapar do destino trágico em campos de concentração. Também foram beneficiados não-judeus. Com a intermediação da empresa, indústrias alemãs vendiam aos ingleses material para a construção da ferrovia que ligava a região à Alta Sorocabana. Os emigrantes pagavam o material, após vender suas propriedades, e recebiam cartas com que podiam adquirir lotes na colônia de Rolândia. "É comum vermos até hoje, no material ferroviário, registro da procedência alemã", diz Klaus Nixdorf, filho de Oswald, morador de Londrina.


Foi graças a essa operação que a família de Cláudio Kaphan pôde sair de Sczezin, na Pomerânia, atual região polonesa, e fixar-se em Rolândia. Hoje com 73 anos, Kaphan tinha 10 quando chegou ao Brasil. "Como meu pai era agricultor na Pomerânia, não tivemos tanta dificuldade para trabalhar a terra", lembra Kaphan. Contrastavam com as outras famílias judias e alemãs, chefiadas por representantes da intelectualidade berlinense. Mas o futuro estava lançado e convinha adaptar-se. Como se adaptaram os herdeiros de Schauff, entre eles o filho Nicolau e irmãos. Dono de fazenda em Rolândia, Nicolau Schauff foi um dos fundadores de uma das mais bem-sucedidas cooperativas agrícolas do país, a Corol, hoje presidida por um descendente de italianos.


Ironicamente, quem mais teve de lutar para vencer a adversidade foi o precursor Oswald Nixdorf. Enquanto a maioria ganhava dinheiro com o boom do café, na década de 50, Nixdorf sustentou um processo de dez anos contra o Estado brasileiro para reaver suas terras. Acusado durante a guerra de ser representante do governo nazista, amargou a expropriação e seis meses de prisão em Curitiba. Quando conseguiu recuperar a fazenda, o boom do café havia passado. Até hoje existem feridas abertas entre os que participaram da saga de Rolândia, embora elas já não sangrem. Nixdorf é figura polêmica entre algumas famílias. Uma ampla reconstituição histórica ainda está por ser feita.
Edmundo M. Oliveira, de Munique e Rolândia

sábado, 11 de dezembro de 2010

CORTANDO UMA PEROBA Rosa GIGANTE - anos 30

             HOJE VOCÊ NÃO CONTRATARIA NINGUÉM PARA ESTE SERVIÇO

ROLÂNDIA - ANOS 30

Rolândia



O primeiro lote urbano vendido pelos ingleses em Rolândia foi adquirido pelo alemão Elmar Kirschnich, em 1934. Em 1932, lotes rurais já haviam sido vendidos à imigrantes japoneses. Rolândia é o maior centro de imigração alemã do Norte do Paraná, porém a maioria dos colonizadores que aqui vieram na década de 30 eram brasileiros e depois italianos.. Outros focos foram Nova Dantzig, Neu Danzig e Heimtal.

Emancipada de Londrina em 1943, com o nome de Caviúna. Voltou a se chamar Rolândia em 1947, após o fim da Segunda Guerra Mundial.

ITALIANOS SÃO MAIORIA NO NORTE DO PARANÁ

O Norte do Paraná ficou conhecido entre os imigrantes com a "Colônia Internacional". Em 1938, era essa a lista com a nacionalidade de todos os compradores até então, segundo a lista da Companhia de Terras Norte do Paraná:

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CLAUDIA PORTELINHA SCHWENGBER

CLAUDIA PORTELINHA SCHWENGBER

Historiadora, professora aposentada e autora de vários livros sobre a história de Rolândia. A sua obra mais famosa e importante é  "Aspectos Históricos de Rolândia", publicado em 2003 pela editoras Wa Ricieri.

JOSÉ PERAZOLO ( EX PREFEITO DE ROLÂNDIA - PR. )

JOSÉ PERAZOLO

Governou Rolândia de 1988 a 1992 e de 1997 a 2.000. Sua principais realizações foram: Parque Industrial Roland, Parque Industrial Cafezal, Parque Industrial Pennachi, Jandelle (2ª etapa), asfalto completo com galerias dos 5 conjuntos, Lago São Fernando, calçadão, capela mortuária do centro e da Vila, Instalações da Oktoberfest, Escola do Trabalho, reforma completa da rodoviária, arquibancada e cobertura do Nacional (NAC), desativação do lixão, construção do aterro sanitário e inauguração da rede de esgoto. Em seu primeiro mandato Perazolo recuperou o asfalto de dezenas de ruas com a máquina de lama asfáltica. Faleceu em 08 de abril de 2008, fato que causou grande comoção social em Rolândia.
JOSÉ CARLOS FARINA
                                                                                                 
 
                                                                                      

EURIDES MOURA ( EX - PREFEITO DE ROLÂNDIA - PR. )

EURIDES MOURA

Governou Rolândia de 1982 a 1988 e de 2000 a 2008. Suas principais realizações foram o Parque Industrial Itamaraty, Ginásio de Esportes da Vila Oliveira, início da rede de esgoto, ciclovia, chafariz, reforma da praça castelo branco.

JOSÉ CARLOS FARINA

PEDRO SCOMPARIN ( EX - PREFEITO DE ROLÂNDIA - PR. )

PEDRO SCOMPARIN

Governou Rolândia de 1970 a 1972 e de  1977 a 1982. Sua principais realizações foram o asfaltamento de um grande trecho da Vila Oliveira, a construção da Biblioteca e Casa da Cultura, aquisição de máquinas e urbanização do centro da cidade.

JOSÉ CARLOS FARINA

ORLANDINO DE ALMEIDA ( EX-PREFEITO DE ROLÂNDIA - PR )

ORLANDINO DE ALMEIDA



Orlandino de Almeida governou Rolândia de 1973 a 1976. Suas principais realizações foram a construção do Ginásio de Esportes "Emilio Gomes", os jogos abertos do Paraná, asfalto de várias ruas da Vila OLiveira e o início da industrialização do Município com a vinda da Cotam em seu mandato. Após lutar incansavelmente contra um câncer de próstata, faleceu na noite de 05/10/2010, aos 77 anos, o ex-prefeito de Rolândia Orlandino de Almeida. Após várias internações, ele estava no Hospital do Câncer de Londrina desde o dia 18 de setembro. Desde o último domingo (3), Orlandino estava sedado.  O ex-prefeito está sendo velado na Capela Mortuária Central de Rolândia na Rua Santa Catarina, centro. O enterro será às 17 horas no Cemitério Municipal. Orlandino de Almeida foi prefeito de Rolândia no período de 31 de janeiro de 1973 à 01 de fevereiro de 1977. Ele foi o responsável pela instituição do regime estatutário de sua época e também é lembrado entre outras realizações, pela construção do Ginásio de Esportes Emílio Gomes.
                                             JOSÉ CARLOS FARINA

domingo, 28 de novembro de 2010

ROLÂNDIA - JOHANNES SCHAUFF E KOCH- WESER - ALEMÃES

            Texto Lucius de Mello - foto by FARINA
Johannes e Erich Koch-Weser passaram a trabalhar para a Paraná Plantation. Tinham a missão de ajudar a vender as fazendas cobertas por matas virgens para os alemães interessados em viver no Brasil. Surgiu, então, a ideia da "Operação Triangular": as famílias judias compravam peças como trilhos, parafusos e vagões dos fabricantes alemães em nome dos ingleses e, em troca disso, recebiam títulos de terras em Rolândia. Os judeus depositavam o dinheiro na conta da Companhia Siderúrgica alemã Ferros Stahl, que repassava a quantia em trilhos e peças ferroviárias para a inglesa Paraná Plantation, uma das acionistas da Companhia de Terras Norte do Paraná.
De 1933 a 1938, foram vendidas 323 propriedades para imigrantes de origem alemã. Nesse mesmo período, não é possível saber o número exato de refugiados judeus que foram beneficiados pela "Operação Triangular", visto que as estatísticas se referem somente às nacionalidades. Mas estima-se que das 400 famílias germânicas que moravam na colônia, 80 eram de judeus classificados como: 10 puros, 15 considerados judeus por Hitler, 10 políticos e 45 judeus de religião católica (aqueles que haviam se convertido ao catolicismo).
O trem salvador chegava a Rolândia trazendo famílias assustadas com o mundo novo e selvagem. Afinal, os refugiados judeus tiveram de trocar a vida confortável e sofisticada que levavam nas cidades alemãs, como Berlim, Frankfurt e Düsseldorf, para viver no meio da mata fechada, sem luz elétrica, rede de água e esgoto, longe de hospitais, escolas e teatros. O grupo era formado por intelectuais, políticos, advogados, engenheiros, artistas,médicos, agrônomos, físicos, botânicos. Profissionais urbanos que, de uma hora para outra, tiveram de aprender a sobreviver no meio do nada, plantar e colher a própria comida, criar porcos, galinhas, vacas e cavalos. Mas, para suportar a saudade da vida urbana que deixaram para trás, trouxeram com eles caixas e mais caixas de livros, roupas luxuosas e obras de arte.
Vagner Volk repetia o que lhe aconteceu no primeiro dia em que pisou em Rolândia, em novembro de 1935. Contou que no trajeto até o hotel, ele e a família tiveram de passar bem na frente da Escola Alemã e viram o culto nazista realizado pela turma de Oswald Nixdorf. A suástica imponente, hasteada e sendo adorada por todos ali, os gritos de Heil Hitler! "Imaginem vocês, eu vendo e ouvindo tudo aquilo acontecendo aqui na selva brasileira, a milhares de quilômetros de distância da Alemanha. Meus amigos, esse pobre judeu aqui quase enfartou. O mundo todo está virando nazista, pensei. Eles estão por toda parte! Será que de nada adiantou fugir da Alemanha?", indagou Volk.
Em Rolândia, durante a Segunda Guerra, a polícia e os imigrantes contavam os prejuízos. Principalmente nos últimos momentos do conflito, as pessoas consideradas súditas do Eixo sofreram violência aqui no Brasil. Com raiva da Alemanha, os brasileiros invadiram lares, quebraram portas, janelas, saquearam casas e lojas que pertenciam aos alemães. Bateram e apedrejaram em quem ousava sair às ruas.
Com o fim da guerra, a paz voltou a reinar em Rolândia e os imigrantes puderam levar uma vida mais tranquila. Hoje, todos os refugiados judeus que chegaram adultos naquela época já estão mortos. Os que vieram para cá jovens e crianças, já são idosos, mas guardam o passado vivo na memória. A maioria deixou a cidade paranaense para viver principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, Curitiba, Estados Unidos e Europa. Mas há quem tenha criado raízes na terra vermelha e que não deseja deixar Rolândia. Refugiados que permaneceram nas fazendas, morando na mesma casa de madeira, grande e acolhedora. É o caso da senhora Inge Rosenthal, a única refugiada de Rolândia que foi salva pelo Kindertransport (missão de resgate que salvou a vida de milhares de crianças judias que foram levadas para a Inglaterra), quando ainda era menina.
Lucius de Mello é jornalista, pesquisador do LEER/USP (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da Universidade de São Paulo) e autor do livro A travessia da terra vermelha - uma saga dos refugiados judeus no Brasil (Ed. Novo Século).

ROLÂNDIA - RAINHA DO CAFÉ

ROLÂNDIA - SEMPRE SERÁ A RAINHA DO CAFÉ

                                                               FOTO BY FARINA
Até a metade da década de 70 Rolândia foi considerada a Rainha do Café. O Município cultivava  café em 90%  do seu território. A população na época chegou a 65.000 habitantes. Quase todos os  proprietários agrícolas contratavam porcenteiros ou meeiros para a lida das plantações. A cidade, os distritos e os "patrimonios" eram movimentados. Aos sábados dezenas de  carroças e charretes estacionados em frente as portas comerciais. As festas e quermesses da cidade e distritos eram super animadas. Os bailes então nem se fala. Muitas moças bonitas....Tínhamos muita fartura...corria muito dinheiro no comércio. Depois da grande geada negra de julho de 1975 Rolândia partiu para outro rumo. Hoje temos menos habitantes, uma zona rural deserta de gente, mas temos uma industria diversificada e competitiva. Nosso comércio está bastante atraente com lindas lojas. Falta apenas um cuidado maior com o meio ambiente, com as nossoas árvores, bosques e rios e uma melhor limpeza e cuidados com ruas e praças.
JOSÉ CARLOS FARINA

quinta-feira, 14 de outubro de 2010